Sunday, October 31, 2010

Segundo Sábado...

Os domingos aqui são diferentes, não é como o final de um filme, na realidade, todos os dias aqui são diferentes, segunda ou quinta, não tem a mesma cara que tinha quando eu estava em São Paulo, onde o tempo parecia sempre cronometrado, e sem resultados. 

Ter que descobrir e sentir falta é o que me mantém vivo. Estar tão longe do lugar onde eu sempre vivi, dos caminhos que eram óbvios e corriqueiros pra mim, e de tudo que estava envolvido nos meus dias, é algo incrível e extraordinário. Acho que apenas quem já viveu algo assim pode entender.

Diferente do primeiro sábado, que foi meio deprê e confuso, ontem eu parecia já ter percepção do quão longe de casa estou, e isso soar agradável. Acordei às nove da manhã, e para minha surpresa um raio de luz atravessava a janela do meu quarto, digamos que caiu como uma luva. Tomei meu café da manhã, e fui andar por Dublin, aliás, como tenho andado por aqui. Em determinado momento passei por uma praça e sentei um pouco, alguns minutos depois um senhor, aparentando uns 60 anos, sentou-se próximo, e acho que ele havia bebido algumas guinness. Ele perguntou se eu tinha um isqueiro, e eu respondi que não, ele fez uma cara de "tudo bem, eu espero alguém que tenha". Então ele quis saber de onde eu era, e quando respondi 'Brasil', ele falou um português com sotaque bem carregado "muitau bom", e disse que sabia algumas palavras em português, mas ele só falou essas duas mesmo rs. Conversamos um pouco, e quase sempre eu pedia para ele repetir, mas acredito que essa dificuldade em conseguir entender o inglês aqui da Irlanda, é extremamente válido, porque o seu ouvido depois fica muito mais apurado quando, por exemplo, você ouvir um norte-americano ou um canadense falando.

As ruas estavam consideravelmente agitadas neste fim de semana, por causa do Halloween, que é muito comemorado aqui. Imagine as noites do terror do Playcenter, e agora imagine essa situação, mas, em quase todas as ruas de uma cidade, bom, é mais ou menos isso, ou fazendo outra relação, é como a final da libertadores no Brasil, muitos fogos e muita gente rua. Particularmente não vejo muita graça nisso, talvez seja porque a coisa toda vá mais para um rumo ao estilo 'festinha de criança', e terror que é bom não há nenhum.

Quanto à hoje, foi um típico dia de Dublin, nublado, gelado e chuvoso.

A porta preta atrás do poste
É como se fosse uma regra ter sol aos sábados
Mountjoy Square



Preciso de uma bicicleta


somewhere far beyond

Friday, October 29, 2010

Um lugar chamado Dublin

Pode ser contraditório, mas o clima no país da atual seleção campeã da copa do mundo, apesar de abafado, estava mais agradável. Bom, o fato é que após 13 intermináveis horas de vôo, e com um longo atraso em Madrid, finalmente desembarquei em Dublin, sob um céu cinza, e temperatura semelhante a de uma geladeira.

Estou no país da Guinness há 15 dias, e gostaria de pedir desculpas pela demora em atualizar o blog, mas eu simplesmente não estava com vontade de postar nada durante esse tempo, uma vez que, não senti nenhuma falta de internet aqui, a não ser para questões em que eu realmente precisava me conectar ao mundo cibernético. 

As primeiras horas em Dublin foram estranhas. Mesmo chegando aqui com muito sono e um pouco enjoado, eu não queria dormir, eu tinha sede de conhecer todos os cantos dessa cidade, mas claro que isso não seria possível entre um fim de tarde e cair da noite. Então me contive em ir até o centro, e me perder obviamente, mas os irlandeses em sua maioria são pessoas simpáticas e prestativas, basta você pedir uma informação, e eles tentam da melhor maneira possível sinalizar o caminho, inclusive, um cara me acompanhou até certa altura, para se certificar que eu havia entendido. Quanto a isso acho que não terei problemas, caso eu me perca outras vezes.

Contudo, a verdade dos fatos é que os primeiros dias aqui foram incríves e terríveis ao mesmo tempo, a minha vontade era de pegar o primeiro vôo (mesmo não gostando de aviões e nem de aeroportos), mas não voltar para o Brasil imediatamente, e sim ir para algum outro país da Europa. Talvez porque para mim nada nunca baste, eu não sei.

As coisas estão legais agora, e não está sendo tão difícil se adaptar a um lugar totalmente diferente do Brasil, tudo aqui é diferente, tudo.

Ontem precisei ir ao Bank of Ireland, em uma agência específica, e claro que eu não sabia como chegar no endereço, então próximo ao centro da cidade parei um irish na calçada e pedi informação, ele falou muito, e eu não entendi nada além de left e right, o inglês deles aqui é bem diferente, é aquele inglês britânico com muito mais sotaque. Continuando, esse cara acabou me acompanhando até certa rua, possivelmente era o mesmo caminho dele, então paramos e ele voltou a explicar, e talvez vendo a minha cara de ainda perdido, ele parou um táxi com o farol quase abrindo, me pediu o endereço, e o entregou para o taxista juntamente com o dinheiro (!), e disse que ele me levaria. Obviamente não entendi nada sobre essa situação, a única coisa que ele me disse antes do 'bye', foi: "I don't like see lost people". Então blz, né?!

Quase nunca há sol aqui, fica nublado o dia inteiro, mas também o inverno se aproxima, e como vocês devem imaginar, é bastante frio. Queria escrever mais, no entato, não estou inspirado nesse momento. Tentarei postar com mais freqüência.

Aos meus amigos e familiares, estou muito bem aqui, portanto, não se preocupem.

E caso você tenha lido até aqui, obrigado.  = D

Tenham todos um excelente fim de semana!!

Por enquanto apenas algumas fotos, ainda não consegui tirar uma decente do Spire, mas logo o farei.

Bandeira da UE ao fundo
Nem sei porque tirei essa foto
Tenho caminhado bastante nessa calçada.





Por alguma razão, gostei muito dessa rua.


Ian, essa foto é pra você haha


Fim de tarde

Sábado por volta de meio dia

É, continuo não gostando de acordar cedo
Alguma rua no centro de Dublin
Mal sabia eu que estava prestes a tomar um banho de chuva bem gelada.

Vista do meu solitário quarto, às sete e meia da manhã, do meu segundo dia em Dublin.